Felicidade

"O que é a Felicidade?" será talvez uma das questões mais escorregadias de definir. O conceito de felicidade é pessoal, mas não completamente subjetivo: isto é, não pode ser totalmente relativo porque somos todos ser humanos – milhões e milhões – e algo há de comum a nós todos que nos permite dizer que somos humanos. Por isso, na definição de felicidade, como de qualquer valor ou realidade humana, tem que haver algo que possa ser universalmente aceite e reconhecido por todos os seres humanos.
Por exemplo, seria absurdo este raciocínio: a felicidade é subjetiva, por isso posso afirmar que sou feliz a comer terra; que sou feliz a matar pessoas; que sou feliz a babar-me. São exemplos de como é ridículo afirmar que "a felicidade é o que cada um achar", e que todas as ideias devem ser igualmente aceites.
A realidade diz-nos que existem muitas pessoas que se "enganaram" naquilo que seria a sua felicidade; existem muitas pessoas que só conseguem ser "felizes" à custa da infelicidade de outros. Será que os prazeres ou alegrias que retiram, nestas condições, podem ser chamados de felicidade?
É fácil confundir felicidade com prazer, alegria, satisfação, agrado, porque todos são sentimentos positivos.
Se achamos que a felicidade só acontece quando tudo nos corre bem, além de ser dificílimo que tal aconteça, é uma felicidade muito "fugaz", que qualquer contrariedade pode apagar. Talvez por isso não seja ainda a felicidade mas apenas alegria.
Outra confusão comum é encarar a felicidade como um objetivo. Os estudos comprovam que quem encara a felicidade como um objetivo nunca a alcança e, por consequência, nunca consegue ser feliz.
A felicidade deve ser encarada não como um objetivo a atingir mas como resultado de termos atingido algum objetivo. Quanto mais importante, essencial, duradouro, for esse objetivo que atingimos, mais duradoura será a nossa felicidade.
Por outro lado, se eu fizer a minha felicidade depender de condições que não controlo, viverei em eterna ansiedade, sujeito a que nunca se realizem as condições que eu quero, porque não dependem de mim. Mas se eu basear a minha felicidade em condições que dependam de mim e que eu possa controlar, então poderei dizer claramente que "a minha felicidade está nas minhas mãos". Por exemplo "só serei feliz se for rico (=se for pobre ou até remediado não poderei ser feliz)" – a condição de riqueza ou pobreza não está nas minhas mãos, pelo que sou obrigada a viver na constante ansiedade e medo de ficar pobre .
Para eu ser feliz preciso, não de ser rico, mas de encarar a questão da posse e da riqueza de modo a que isso não me torne infeliz. (por exemplo, tantos que vivem com tão pouco, mas que partilham com alegria e se ajudam mutuamente nas dificuldades, encontrando conforto que não vem do dinheiro).
"Eu só serei feliz se fulano ou beltrano gostar de mim" – a minha felicidade depende do outro;
"Eu serei feliz independentemente do fato de gostar ou não de mim" – está nas minhas mãos
Qual o papel da Ética- seja enquanto reflexão acerca dos valores, seja enquanto maneira de ser- na busca da minha felicidade?
Se eu procuro algo que tenha valor (a que eu dê importância), que esse valor seja o mais duradouro possível, e que dependa sobretudo de mim o poder realizá-lo, só a ética me poderá ajudar a refletir e orientar na procura desse caminho. É a ética que define e reflete acerca dos valores, que distingue os permanentes dos impermanentes, e que orienta a maneira de ser e os hábitos do homem de modo a alcançá-los.
Na verdade, só a Ética me poderá ajudar a discernir um caminho para a minha vida que se torne um caminho com valor!
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